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Luan Messias Magalhães compartilhou relatos sobre dificuldades e particularidades da atuação na Amazônia e foi laureado durante The Neurosurgical Week, em Mumbai, na Índia. Para ele, o mais importante é contribuir para o maior acesso a tratamentos em todo o estado

 São pelo menos 11 anos dedicados à medicina. Assim pode ser definida a trajetória do neurocirurgião Luan Messias, que atende pacientes de todo o Acre no Hospital da Criança, Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), Maternidade Bárbara Heliodora, pronto-socorro de Rio Branco, na Fundacao Hospitalar, entre outras unidades na rede pública do estado.

Acreano formado em Manaus, no Amazonas, Messias foi convidado a participar do congresso The Neurosurgical Week, que reúne neurocirurgiões da Índia e do Japão. Neste ano, o evento ocorreu na cidade indiana de Mumbai, do dia 1º a 7 de agosto e contou com apresentação de Luan Messias sobre as dificuldades e particularidades da atuação na Amazônia. O evento discute estratégias, tecnologias e iniciativas nos dois países asiáticos e também conta com convidados do mundo todo.

Durante o congresso, ele recebeu um prêmio como homenagem por seu trabalho na especialidade de junção crânio-vertebral e coluna vertebral. Ao g1, o médico disse que a premiação foi uma surpresa, e que ele esperava apenas compartilhar seus relatos.

“O evento foi uma surpresa, esse prêmio que eu ia receber. Recebi o prêmio no dia da minha apresentação. Fiz uma apresentação falando sobre como nós trabalhamos na Amazônia, sobre a neurocirurgia dentro da Amazônia, como é feito o atendimento hoje, quanto às peculiaridades, a respeito do atendimento”, comentou.

De acordo com Messias, ele relatou durante a palestra os atendimentos mais comuns na região: lesões cranianas, entre fraturas, sangramentos, etc. O médico ressalta que pacientes nesses casos precisam de atendimento o mais imediato possível, o que é dificultado pela distância entre a zona rural e as unidades de saúde, diferente do que acontece dentro das cidades.

“A gente recebeu o prêmio justamente por isso, o atendimento dentro da Amazônia a esses pacientes que durante desmatamento são atingidos por uma árvore, por exemplo”, ressaltou.

Aos 33 anos, Messias lembra que desde que cursava a sétima série do ensino fundamental já sabia que seria médico. Ele costumava acompanhar o pai, que trabalhava em hospital, o que despertou o interesse nele pela área.

“Eu fiz medicina em Manaus, e logo no primeiro contato com a neuroanatomia, eu já me apaixonei. A partir dali, no segundo período, eu comecei a fazer estudar neurocirurgia, me preparar para ser um neurocirurgião. ”, acrescentou.

Formado em medicina, Messias fez residência em neurocirurgia no estado de Sergipe, onde estudou por cinco anos até se tornar de fato um neurocirurgião. Após a formação, ele voltou ao Acre.

Ele considera gratificante ter retornado ao seu restado de origem e poder contribuir para que moradores de regiões distantes dos grandes centros também possam ter acesso a tratamentos de saúde. O médico também relembra que já ministrou outras palestras em eventos onde também tratou sobre o atendimentos a indígenas.

“[A saúde indígena] é outra parte da discussão, que há mais ou menos um ano e meio eu já venho apresentando. Já fiz outra apresentação na Índia, nos Estados Unidos, justamente sobre esse tratamento. Em outras vezes, eu fiz outras pautas, como a pauta do tratamento indígena. Porque tem as peculiaridades de atender a mãe indígena, e o filho indígena. Então, é completamente diferente de se atender um paciente da cidade, conta.]

Orgulho
Entretanto, mesmo com a repercussão internacional e as honrarias recebidas, o maior orgulho para Messias é ter contribuído para a implementação do serviço de neurocirurgia no município de Cruzeiro do Sul.

O profissional também atua no Hospital Regional do Juruá e ressalta a importância da disponibilização desse atendimento, que iniciou há cerca de dois anos na região.

“O paciente morria em Cruzeiro do Sul, lá, não tinha isso. O paciente bateu a cabeça, sangrou dentro da cabeça, ele tem que ser operado em minutos a horas, e não dava tempo. Demorava em torno de duas a quatro horas, só um voo. O paciente perdia seis a oito horas de tratamento, geralmente até morria nesse percurso”, destaca.

É com esse objetivo que Luan Messias segue participando de eventos para levar e também trazer conhecimento, na busca pela evolução dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Voltar pra cá e atender, tentar melhorar o atendimento dessas pessoas que vivem aqui, que têm uma dificuldade maior para ter esse tipo de tratamento, é extremamente gratificante. Expor um trabalho, que já é gratificante, a gente receber um retorno disso, de pessoas que são realmente relevantes na neurocirurgia, é extremamente gratificante para mim”, finaliza.

Leia no portal G1 

 

 
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